segunda-feira, 3 de setembro de 2012

"REDE" à beira da falência


No último sábado (1), os credores das Centrais Elétricas do Pará (Celpa) aprovaram um plano de recuperação judicial da empresa, durante a assembleia em Belém. Na reunião, a empresa se comprometeu a atender as condições de pagamento para quitar as dívidas com os credores e assim evitar a falência.
A reunião durou cerca de 10 horas, advogados representante dos credores, a maioria bancos nacionais e internacionais, escutaram atentos as propostas de recuperação da concessionária, que prevê a forma de pagamento das dívidas de forma individual, de acordo com o valor. O plano de pagamento foi aprovado na tarde por 70% dos credores.
Segundo o administrador judicial da Celpa, Mauro Santos, o próximo passo é aprovar o plano de transição técnica apresentada pela empresa tenha o aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), revela.
A decisão dos credores ocorreu um dia depois de a Aneel ter decretado intervenção em oito distribuidoras do Grupo Rede, na maior ação direta do governo sobre um setor regulado. O plano de recuperação aprovado prevê o parcelamento no pagamento das dívidas aos bancos e também um aporte mínimo de 700 milhões de reais para continuar as operações. O investimento deve ser trazido pelo investidor que vir a assumir a concessionária.
De acordo com o promotor de justiça, Sávio Brabo, ainda não há um comprador da Celpa, ainda não houve uma transferência de controle acionário. “Depende tudo da Aneel, é isso que faz com que a Celpa seja uma empresa diferente. Se fosse outra empresa do ramo empresarial da soberania de vontade dos credores prevaleceria, mas, não é o caso da Celpa que ainda pode sofrer uma intervenção federal”, explica.
“Não adianta o futuro interessado na Celpa aparecer na assembleia e dizer eu quero comprar, mas, vai ter que se submeter às regras da lei de concessão do serviço público”, comenta o promotor de justiça.

Entenda o caso
Atualmente 1,8 mil residências em todo o estado são atendidas pela Rede Celpa, que está com as dívidas suspensas pela justiça durante o período de recuperação judicial da instituição.
O Ministério Público do Estado (MPE) divulgou nota técnica sobre o Plano de Recuperação da empresa, assinado por Sávio Brabo, titular da promotoria de Tutela das Fundações e Entidades de Interesse Social, Falências e Recuperação Judicial e Extrajudicial. No documento, o procurador constata a má gestão empresarial da concessionária.
Segundo o MPE, os diretores da Celpa preferiram dividir o lucro da companhia entre outras iniciativas a realizar investimentos na empresa do Pará. Ainda segundo o promotor, os documentos de contabilidade da empresa são omissos, o que caracterizaria crime. Sobre as denúncias do MPE, o administrador jurídico da Celpa diz que não vai se manifestar sobre as informações. Atualmente, a Aneel analisa o plano de transição proposto pela Equatorial Energia para assumir o controle da Celpa. A mudança de controle prevê o aporte de recursos para quitar as dívidas contraídas nos últimos anos pela distribuidora.

Fonte: G1 Pará

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