Mais de um terço das uniões no Brasil são consensuais, sem
casamento civil ou religioso. De acordo com levantamento divulgado nesta
quarta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
com base em dados do Censo de 2010, este tipo de relacionamento aumentou de
28,6%, em 2000, para 36,4% do total, no último levantamento.No mesmo período, o
percentual de unidos por casamento civil e religioso caiu de 49,4% para 42,9%.
Em 2010, as ligações somente por casamento civil representavam 17,2% do total
de relacionamentos. As uniões registradas apenas pelo casamento religioso,
segundo o IBGE, eram 3,4%.O estudo mostra que a união sem formalização é mais
frequente em classes sociais mais baixas, representando 48,9% das ligações na
população com rendimento de até meio salário mínimo, e entre brasileiros de até
39 anos. Conforme o rendimento do casal aumenta, a representatividade da união
estável consensual diminui.O Amapá foi o estado que apresentou o maior
percentual de uniões consensuais: 63,5% do total de pares. Minas Gerais teve o
menor, com 25,9%. O Censo apontou ainda que este tipo de união é mais escolhido
por pretos (46,6%) e por pardos (42,6%).
Número de divorciados quase dobra
O percentual de brasileiros que viveram uma relação estável e que, no último
estudo, já não tinham mais esse tipo de relacionamento subiu de 11,9%, em 2000,
para 14,6%, em 2010. O Rio de Janeiro é o estado com o maior percentual de
habitantes nesta situação, representando 17,5% do total do país.Os dados
mostram que os solteiros continuam sendo mais da metade da população
brasileira: eram 54,8% do total, em 2000, e passaram a representar 55,3% da
população, de acordo com o último levantamento. Estado civil e religião
A parcela da população que é casada tanto no civil quanto no
religioso – 49,4% do total dos brasileiros, em 2000 – caiu para 42,9%, em 2010.
Nesses 10 anos, também diminuiu o grupo unido apenas em casamento religioso –
de 4,4% para 3,4% – e somente no civil – de 17,5% para 17,2%. Segundo o IBGE, o
grupo de desquitados caiu um pouco - de 1,9% para 1,7% entre 2000 e 2010. Rio
de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal estão entre os estados com
maior número de divorciados: 4,1%, 4,1% e 4,2%, respectivamente. O menor
percentual desta categoria foi percebido no Maranhão, onde apenas 1,2% dos
moradores se disseram divorciados. Em relação a 2000, o percentual de pessoas
separadas aumentou de 11,9% para 14,6%, em 2010. Também houve redução no grupo
que disse que nunca teve nenhum tipo de união – de 38,6% para 35,4% entre 2000
e 2010. O percentual de pessoas que viviam com o cônjuge passou de 49,5%, em
2000, para 50,1%, em 2010. O número de casados caiu, passando de 37% para 34,8%
entre 2000 e 2010. O percentual de divorciados quase dobrou em uma década:
representavam 1,7%, em 2000, e chegaram a 3,1%, em 2010.
Casamento e idade
O estudo do IBGE mostra que a média de idade com que os
brasileiros se casam é de 24,4 anos. Os homens se casam, em média, com 25,9
anos. As mulheres, aos 23 anos. O Sudeste apresentou a média de idade mais alta
ao casar, de 24,8 anos. Nesta região, os homens se casam, em média, aos 26,7
anos, e as mulheres, aos 23,8 anos.
Os jovens, em sua maioria, nunca casaram. Mais de 96,8% dos
homens e 90% das mulheres com idades entre 10 e 19 anos afirmaram que não
estavam unidos.
No caso dos idosos (com 60 anos ou mais), o percentual de
mulheres que nunca formalizou uma união foi mais elevada (7,4%) do que a dos
homens na mesma faixa etária (4,6%). As diferenças também são marcantes para a
população entre 20 a 29 anos: 53,6% dos homens e 38,5% das mulheres nesta faixa
etária não viviam e nunca viveram em união.
Parceiros da mesma cor
A radiografia da população feita pelo IBGE aponta que os
brasileiros buscam pessoas da mesma raça ou cor para cônjuges. Em 2010, 69,3%
das pessoas de 10 anos ou mais estavam unidas a alguém do mesmo grupo étnico,
enquanto que, em 2000, esse percentual era 70,9%.
O comportamento foi percebido de forma mais forte entre os
brancos (74,5%), pardos (68,5%) e indígenas (65,0%). Conforme o estudo, 45,1%
dos pretos estavam unidos alguém do mesmo grupo étnico, sendo que os homens
pretos tenderam a escolher mulheres pretas em menor percentual (39,9%) do que
as mulheres pretas escolhem os homens do mesmo grupo (50,3%).
No que se refere à escolaridade, 68,2% dos brasileiros
estavam unidos a parceiros do mesmo nível de instrução, número superior aos 63%
registrados em 2000. Em 2010, 51,2% das mulheres com nível superior completo
estavam unidas a homens desse mesmo grupo, enquanto só 47% dos homens com esse
nível de instrução estavam unidos a mulheres do mesmo grupo.