Rio Hamza
VIDEO REPORTAGEM
Rio Hamza
Pesquisadores apresentam indícios da existência de um colossal rio
subterrâneo, o maior do mundo, fluindo sob o Rio Amazonas cujas águas avançam,
em direção ao Atlântico, a uma velocidade aproximada de 10 a 100
metros por ano.
- Valiya Mannathal Hamza
O doutor
Hamza nasceu na Índia, no dia 15 de junho de 1941, mora no Brasil há trinta e
sete anos e há dezesseis trabalha como geofísico do Observatório Nacional. O
indiano naturalizado brasileiro foi selecionado pela Sociedade Geológica
Americana (GSA), como um dos melhores revisores de artigos científicos,
em 2009. A Revista Litosfera, por sua vez, o considera como um dos
cinco melhores revisores do mundo, o único brasileiro a fazer parte da seleta
lista. A GSA, fundada em 1888, tem mais de 22.000 membros em 97 países e é
líder em Geociência avançada.
Hamza
possui graduação em Física - Universidade de Kerala (1962), mestradoem Física
Aplicada - Universidade de Kerala (1964) e doutorado em Geofísica -
University of Western Ontário (1973). Teve atuação como Professor do IAG-USP,
Pesquisador do IPT, Secretário da Comissão Internacional de Fluxo Térmico -
IHFC e membro do Comitê Executivo da Associação Internacional da Sismologia e
Física do Interior da Terra - IASPEI. Eleito, em 2007, como Representante
Sul-Americano na Comissão Internacional de Fluxo Térmico IHFC. Possui ampla
experiência na área de Geociências, com destaque nas áreas de Geotermia e Fluxo
Térmico, atuando principalmente nos seguintes setores: fluxo geotérmico,
energia geotérmica, recursos geotermais, tectonofísica, mudanças climáticas
recentes, geofísica ambiental, sismicidade, propriedades térmicas de materiais
geológicos, ensino superior. Ministrou mais de 30 cursos de pós-graduação em
Geofísica. Atualmente, é responsável pelo Laboratório de Geotermia da
Coordenação de Geofísica do Observatório Nacional no Rio de Janeiro. É consultor
de quatro revistas internacionais e publicou mais que 100 trabalhos
científicos.
- Rio Hamza
“A linha de água permanece subterrânea desde sua nascente, só que não
tão distante da superfície. Tanto que temos relatos de povoados daquele país,
instalados na região de Cuzco, que utilizam este rio para agricultura. Eles
sabem desse fluxo debaixo de terrenos áridos e por isso fazem escavações para
poços ou mesmo plantações”.
(Valiya Mannathal Hamza).
(Valiya Mannathal Hamza).
Pesquisadores
do Observatório Nacional divulgaram, este mês, no 12° Congresso Internacional
da Sociedade Brasileira de Geofísica, no Rio de Janeiro, um estudo que revela
indícios da existência de um rio subterrâneo correndo sob o Rio Amazonas, desde
os Andes até o Oceano Atlântico, a uma profundidade que pode chegar aos 4 mil
metros. A pesquisa faz parte do trabalho de doutorado da geofísica Elizabeth Tavares
Pimentel, orientada pelo Doutor Valiya Mannathal Hamza. Pimentel é coordenadora
do curso de Ciências: Matemática e Física do Instituto de Educação, Agricultura
e Meio Ambiente de Humaitá, AM.
“A temperatura no solo é de 24 graus Celsius constantes. Entretanto,
quando ocorre a entrada da água, há uma queda de até 5 graus Celsius. Foi a
partir deste ponto que começamos a desenvolver nosso estudo. Este pode ser o
maior rio subterrâneo do mundo”. (Valiya Mannathal Hamza)
Os
cientistas analisaram as informações térmicas de 241 poços perfurados, na
década de 1970 e 1980, pela Petrobras. A metodologia baseia-se na identificação
de sutis variações de temperatura decorrentes dos movimentos de fluídos em
meios porosos. Graças às informações fornecidas pela Petrobras, os cientistas
concluíram que a água cai na vertical até os 2.000 metros de
profundidade e depois se torna quase horizontal em profundidades maiores.
“Vamos continuar nossa pesquisa, porque nossa base de dados precisa ser
melhorada. A partir de Setembro vamos buscar informações sobre a temperatura no
interior terrestre em Manaus e na Rondônia. Assim vamos determinar a velocidade
exata do curso da água”. (Valiya Mannathal Hamza)
Enquanto a
largura do Rio Amazonas de 1,6 quilômetros a quase 100 km, na
área pesquisada, o Hamsa varia de 200 a 400 quilômetros. A velocidade
da água no Rio Amazonas varia de 0,1 a 2 metros por segundo e as
águas do Hamsa avançam, no máximo, 100 metros por ano. Embora esse
valor possa ser considerado pequeno em relação à formidável vazão do Amazonas
ele indica a existência de um sistema hidráulico subterrâneo sem precedentes.
Para que se possa aquilatar a importância deste sistema, basta lembrar que sua
vazão subterrânea é superior à vazão média do Rio São Francisco. A vazão do
Hamza estimada em 3,1 mil m³/s enquanto a do Rio São Francisco é de 2,7 mil
m³/s.
- Aquífero?
“A água do Hamza segue até 150 km dentro do Atlântico e diminui
os níveis de salinidade do mar. É possível identificar este fenômeno devido aos
sedimentos que são encontrados na água, característicos de água doce, além da
vida marinha existente, com peixes que não sobreviveriam em ambiente de água
salgada”.
(Valiya Mannathal Hamza)
(Valiya Mannathal Hamza)
O doutor Hamza afirma: “Não é um
aquífero, que é uma reserva de água sem movimentação. Nós percebemos
movimentação de água, ainda que lenta, pelos sedimentos”.http://www.youtube.com/watch?v=av00bGQ_VZs
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