As obras de construção civil da
Usina Hidrelétrica Belo Monte, em Altamira, no Pará, em todos os canteiros, só
serão retomadas na próxima sexta-feira (16). De acordo com a assessoria do
Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM), responsável pelas obras da Usina, vão
ser retomados nesta quarta-feira (14) apenas os serviços essenciais nos
canteiros, como manutenção de refeitórios e das redes hidráulica e elétrica do
empreendimento, além da vigilância patrimonial. Também estão previstos para
esta quarta-feira (14) reparos ao patrimônio que foi depredado neste último
final de semana. Segundo o CCBM, desde o último domingo (11) uma série de atos
de vandalismo foi deflagrada nos canteiros Sítios Belo Monte, Canais e Diques e
Pimental.
Na segunda-feira (12), o consórcio
decidiu suspender as obras por medida de segurança. Ainda de acordo com o CCBM,
cerca de 15 mil operários estão parados e reivindicam visitar a família a cada
três meses, além do aumento do vale alimentação de R$ 110 para R$ 300 e
reajuste salarial.
Em nota enviada à imprensa, o
consórcio explica que em cada uma das três frentes de obras, grupos formados
por aproximadamente vinte pessoas deram início às depredações. "No Sítio
Belo Monte, os depredadores apoderaram-se de caminhões e outros equipamentos, e
fizeram ainda um bloqueio na Rodovia Transamazônica, impedindo o acesso aos
canteiros de obras e impossibilitando a imediata retirada dos funcionários alojados
para acomodações em hotéis de Altamira (PA)", afirma a nota.
Ainda no Sítio Belo Monte, o
grupo teria depredado cinco condimínios e ateado fogo a um ônibus, além de
incendiar a lanchonete, alojamentos e colchões. Sete pessoas ficaram feridas.
Polícia investiga o caso
Nesta terça-feira (13), o clima
estava mais tranquilo nos canteiros de obras da usina. Com as atividades
suspensas, apenas vigilantes e equipes de manutenção trabalharam. Um equipe
responsável pela construção fez vistoria nos canteiros para avaliar a proporção
dos danos.
Todo o maquinário foi recolhido e
guinchos foram usados para retirar da rodovia Transamazônica os restos dos
veículos incendiados durante o protesto. Cerca de cinco mil trabalhadores que
estavam alojados nos três canteiros de obras foram liberados pelos consórcio
construtor para retornar aos municípios de origem. Os operários só deverão
voltar ao trabalho quando houver condições para que as obras sejam retomadas em
segurança.
Cinco operários que moram em
Belém, Barcarena e Rondônia continuam presos na carceragem de Altamira. Segundo
a polícia, eles têm envolvimento com os atos de vandalismo. De acordo com as
investigações, os operários teriam começado os atos de vandalismo no Sítio Pimental,
a 70 quilômetros de Altamira, ainda no final de semana. Eles cobriram o rosto
para não serem reconhecidos e depredaram a estrutura do canteiro.O sindicato
que representa a categoria também deverá ser investigado. O Sindicato dos
Trabalhadores das Indústrias de Construção Pesada negou envolvimento com o
caso.
Fonte: G1 Pará
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